Thursday, September 22, 2011

Albert Einstein - "Não há nem evolução nem destino; só ser."

Albert Einstein - "Não há nem evolução nem destino; só ser."
Por Craig Pearson, PH.D. em 21 de Setembro de 2011
Tradução minha da versão original


Albert Einstein
1879–1955 • Suiça e Estados Unidos

Albert Einstein é geralmente olhado como um dos maiores cientistas de todos os tempos. Toda a sua obra converge num objectivo supremo: compreender a unidade que está subjacente à diversidade da natureza.

A sua teoria da relatividade especial (1905) mostrou a unidade subjacente da matéria e da energia, e da luz e do tempo. A sua teoria da relatividade geral (1916) mostrou a unidade da gravidade e da aceleração, do espaço e do tempo, e da matéria e do espaço.

Einstein alterou profundamente a forma como pensamos de nós mesmos e do universo. Ele passou a última metade da vida a tentar desenvolver uma teoria do campo unificado, uma descrição daquele campo que, ele estava certo disso, está na base e dá origem a todas as forças na natureza. E persistiu nessa procura apesar das críticas de colegas físicos.

Acontecia que, duas das quatro forças da natureza (as forças nucleares forte e fraca) não eram bem compreendidas, só o vindo a ser várias décadas depois da morte de Einstein, o mesmo acontecendo com os instrumentos matemáticos, que ainda não existiam, impedindo a realização da unidade que ele procurava.

No entanto, mesmo que o próprio Einstein não tenha completado a sua demanda, a teoria da unidade que ele sentia intuitivamente e que procurava assiduamente, inspira hoje a busca moderna de uma "teoria de tudo". Esta busca está hoje próxima do seu fim, na forma daquilo que se designa por 'superstring' ou teorias do campo unificado.


De onde vinha a convicção de Einstein sobre a unidade básica da natureza? O que impulsionou o trabalho da sua vida, apesar de criticismos e da falta de sucesso nas últimas décadas?

O próprio Einstein dá-nos uma pista numa carta que escreveu à Rainha Elisabeth da Bélgica (1876-1965) que contém a seguinte passagem:

Há momentos em que nos sentimos livres da nossa identificação com as limitações e incapacidades humanas. Em tais momentos, imaginamos que estamos nalgum ponto de um pequeno planeta, extasiados na contemplação da fria mas profundamente emocionante beleza do eterno, do inatingível: a vida e a morte fluem para um só, e não há nem evolução nem destino; só ser.[1]

Aqui, Einstein descreve experiências que, aparentemente, teve de uma realidade subjacente da vida - não só para além do espaço e do tempo, mas também para além da vida e da morte, para além da evolução e do destino. E o que experimenta ele neste nível?  "Só ser", diz-nos.


As palavras de Einstein fazem-nos lembrar o ensinamento de Maharishi de que, na base de toda a vida, interior e exterior, está um campo de existência pura, "Ser puro", como ele lhe chamou sempre - um campo imanifestado de consciência pura, de inteligência e criatividade ilimitada. Este campo, explicava Maharishi, forma a fonte de tudo no universo; todas as formas e fenómenos da criação não são senão ondas no oceano do Ser.

Além disso, Maharishi introduziu uma técnica para experimentar  este campo interior da vida.  Trata-se da técnica de Meditação Transcendental - uma técnica simples, natural e que não envolve esforço. Quando praticamos esta técnica, a actividade mental aquieta-se sem esforço no interior; a mente move-se para além (transcende) do processo de pensar e expande-se no oceano de consciência pura dentro - do Ser. Ao mesmo tempo, o corpo aquieta-se num estado único de repouso profundo, dissolvendo o stress e restaurando o equilíbrio fisiológico.

Comprovou-se que este estado é um quarto estado principal da consciência, distinto da vigília, do sonho e do sono profundo. Maharishi chamou-lhe Consciência Transcendental e explicou que a prática regular da técnica de Meditação Transcendental - que é a experiência regular deste quarto estado - é a chave para desenvolver as nossas potencialidades latentes e estados mais elevados de consciência. Ao longo dos últimos 40 anos, centenas de estudos científicos evidenciaram esta realidade - documentando o aumento de inteligência e criatividade, o crescimento de uma personalidade equilibrada, a melhoria da saúde, melhores relacionamentos e até uma maior harmonia e paz no ambiente circundante.

Maharishi enfatizou que quando nós transcendemos, experimentamos não apenas a fonte do pensamento mas também o oceano de inteligência a partir do qual todo o universo nasce e é mantido. Adquirimos aquilo a que ele chamou o apoio da natureza para realizarmos os nossos desejos com maior facilidade. À medida que são desenvolvidos estados de consciência mais elevados, acabamos por reconhecer, como uma experiência directa, a unidade derradeira da vida, a realidade de que tudo no universo não é senão uma experiência do nosso próprio Ser, infinito e eterno.

Einstein aludiu a este tema numa carta que escreveu em 1950:

Um ser humano é uma parte do todo, a que chamamos "Universo", uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experimenta-se a si mesmo, aos seus pensamentos e sentimentos, como algo separado do resto - uma espécise de ilusão óptica da sua consciência. Esta ilusão é uma espécie de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e ao afecto por poucas pessoas perto de nós.  A nossa tarefa tem que ser a de nos libertarmos desta prisão, alargando o nosso círculo de compaixão até ao ponto de abraçar todas as criaturas vivas e toda a natureza na sua beleza. [2]

A procura de Einstein na senda da unidade, parece, não era um mero exercício intelectual. Ele almejava compreender, através da metodologia da ciência moderna, aquilo que experimentava na profundidade do seu ser. Esta experiência, para Einstein, foi da maior importância.

A emoção mais refinada de que somos capazes é a emoção mística. Aí reside o germe de toda a arte e de toda a ciência verdadeira. Aquele para quem este sentimento é estranho, que não é mais capaz de se maravilhar e que vive num estado de medo é um homem morto. Saber que o que é impenetrável para nós  existe realmente e se manifesta como a mais alta sabedoria e a mais radiante beleza, de que apenas as formas grosseiras são inteligíveis para as nossas pobres faculdades - este conhecimento, este sentimento... essa é a essência do verdadeiro sentimento religioso. Neste sentido, e só neste, eu incluo-me no grupo dos homens profundamente religiosos. [3]

A "emoção mística" a que Einstein se refere não implica o "misterioso" ou "incompreensível". A palavra místico deriva do grego, significando simplesmente, fechar, ou seja, os olhos. Na técnica de Meditação Transcendental temos um procedimento simples para fechar os olhos, mergular dentro de nós próprios, e experimentar o campo da consciência pura, "o germe de toda a arte e de toda a ciência verdadeira", coforme as palavras de Einstein - de facto, o germe de toda a criação.

Isto, para Einstein, era o objectivo da vida humana:

O verdadeiro valor de um ser humano é principalmente determinado pela medida e sentido em que tenha alcançado a libertação do ser (ego).[4]

"Libertação do ser", no entendimento de Maharishi, quer dizer transcender o ser individual (ego) - o ser relacionado com a nossa mente e o nosso ego - e experimentar o Ser universal, o campo de consciência pura ilimitada. Lampejos desta experiência magnífica e sublime são o que motivou a procura de Einstein no sentido de compreender a unidade última da vida. E esta experiência, graças a Maharishi, está agora facilmente disponível para qualquer um.


REFERÊNCIAS

[1] Jeremy Bernstein, Einstein (New York: Viking Press, 1973), 11.
[2] De uma carta de 1950, citada em Walter Sullivan, “The Einstein Papers: A Man of Many Parts,” New York Times, March 29, 1972, 22M.
[3] Citado em Peter Barker e Cecil G. Shugart, eds., After Einstein: Proceedings of the Einstein Centennial Celebration at Memphis State University (Memphis State University Press, 1981), 179.
[4] Albert Einstein, The World As I See It I (New York: Open Road / Philosophical Library, 2011), 10.

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