Friday, July 09, 2010

CONHECIMENTO VÉDICO

“Estabelecido no estado de Ioga, ó Dhanandjaya (o que alcança a riqueza) – Arjuna-, tendo abandonado o apego e tendo ganho o equilíbrio no sucesso e no fracasso, pois que ao equilíbrio da mente se chama Ioga, realiza as acções.”

O texto acima é uma tradução da estrofe 48, segundo capítulo, do Poema do Senhor (Bhagavad Gita), “parte da maior epopeia da Índia e do Mundo: Mahabarata (Grande Ìndia), que contém 100 mil estrofes, formadas por 400 mil versos, distribuídos por 18 Livros e que, a par do Ramayana, constitui a arquitectura épica da monumentalidade linguística da Índia. O Bhagavad Gita, podemos considerá-lo, é um concentrado de toda a sabedoria védica (contida nos Vedas) e o núcleo da espiritualidade hindu. “De todos os textos sagrados da humanidade, não há provavelmente outro que seja tão grande, tão completo e tão curto” – alguém disse”. (António Barahona)


Abaixo, transcrevo o comentário de Maharishi Mahesh Yogi a esta estrofe do Bhagavad Gita.

“O Ioga, ou união da mente com a inteligência divina, começa quando a mente adquire a consciência transcendental; o Ioga alcança a maturidade quando esta consciência transcendental de bem-aventurança, ou Ser divino, conquista terreno na mente a um ponto tal que, seja qual for o estado em que se encontra, quer em vigília ou no sono, ela se mantém estabelecida no estado de Ser. É a este estado de iluminação perfeita que o Senhor se refere no início da estrofe, quando diz: ‘Estabelecido no estado de Ioga’. No fim da estrofe ele define ‘Ioga’ em relação à acção como ‘equilíbrio da mente’. Este estado de equilíbrio da mente é o resultado do contentamento eterno que surge com a consciência de bem-aventurança. Não é adquirido criando um estado de espírito de equanimidade na perda e no ganho, como a generalidade dos comentadores pensou.
O Ioga é a base de uma vida integrada, um meio de colocar em harmonia o silêncio criativo interior e a actividade exterior da vida, e uma forma de agir com precisão e sucesso. Estabelecido no estado de Ioga, Arjuna será estabelecido na realidade última da vida, que é a fonte da eterna sabedoria, poder e criatividade.
Parte do treino para alguém que queira ser um bom nadador consiste na arte de mergulhar. Quando conseguimos manter-nos com sucesso no fundo da água, então, nadar na superfície torna-se fácil. Toda a acção é o resultado do jogo da mente consciente. Se a mente é forte, então a acção é também forte e bem sucedida. A mente consciente torna-se poderosa quando os níveis mais profundos do oceano da mente são activados durante o processo da Meditação Transcendental, que conduz a atenção da superfí-cie da mente consciente até ao campo transcendental do Ser. O processo de mergulhar no interior é o caminho para se ficar estabelecido no estado de Ioga.
Quando o senhor Krishna diz que, tendo passado por este processo, Arjuna devia vir para fora e agir, ele está a dar-lhe a mecânica da acção bem sucedida. Para disparar um arco com sucesso, é preciso primeiro puxar a seta para trás, dando-lhe assim grande energia potencial. Quando a seta é puxada para trás o mais possível, então ela tem o maior poder dinâmico.
Infelizmente, a arte da acção exposta aqui pelo senhor Krishna a Arjuna, parece ter desaparecido da vida prática nos nossos dias. Isto acontece por, durante muitos séculos, devido à falta de uma interpretação correcta destes versos, ter sido considerado difícil conduzir a mente até ao Ser e permanecer estabelecido no estado de Ioga. É, de facto, perfeitamente fácil conduzir a atenção ao campo do Ser: apenas temos que deixar a mente mover-se espontaneamente do campo grosseiro da experiência objectiva, através dos campos subtis do processo de pensar, até à realidade última e transcendental da existência. À medida que a mente se move nesta direcção, começa a experimentar uma atracção maior em cada passo, até chegar ao estado de consciência de bem-aventurança transcendental.
A recompensa por trazer a mente a este estado está em que a pequena mente individual cresce até ao estatuto da mente cósmica, elevando-se acima de todos os seus defeitos e limitações. É como um pequeno homem de negócios que enriquece e atinge o estatuto de multimilionário. As perdas e ganhos do mercado, que antes o influenciavam, já não têm efeito nele que se eleva muito naturalmente acima da sua influência.
O Senhor quer que Arjuna aja, mas pretende que ele, antes de iniciar a acção, adquira o estatuto de mente cósmica. Esta é a sua bondade. Quando uma pessoa rica quer que o seu filho inicie um negócio, ela não quer, normal-mente, que ele comece em pequena escala, porque sabe que, dessa forma, as pequenas perdas e ganhos terão influência no seu querido filho, fazendo-o sentir-se mal, ou feliz, por pequenas trivialidades. Portanto, dá-lhe o estatuto de pessoa rica e, então, pede-lhe que inicie o negócio a partir desse nível. O senhor Krishna, como pai bondoso e capaz que é, aconselha Arjuna a atingir o estado de inteligência cósmica e então agir a partir desse elevado estado de liberdade na vida.
Uma pessoa não se pode manter em equilíbrio na perda e no ganho se não estiver num estado de contentamento duradouro. Aqui, o Senhor está a pedir a Arjuna que obtenha esse estado de contentamento duradouro através de uma experiência directa de bem-aventurança eterna e transcendental. Ele não está a aconselhar um mero estado de espírito de equanimidade. O estado de bem-aventurança transcendental no Ser eterno é tão auto-suficiente que, na sua estrutura, é absoluto. É plenitude de vida, perfeição de existência e, portanto, completamente desligado de tudo o que pertence ao campo relativo, completamente livre da influência da acção.
Quando o Senhor diz: ‘Tendo abandonado o apego’, ele quer dizer tendo ganho este estado do Ser eterno, que é, na sua totalidade, separado e desligado da actividade. E quando ele diz: ‘Tendo ganho o equilíbrio no sucesso e no fracasso’, quer dizer tendo atingido a estabilidade neste estado do Ser eterno.
A prática regular da Meditação Transcendental é o caminho directo para ascender ao estado do Ser transcendental e estabilizá-lo na própria natureza da mente, de modo que, quaisquer que sejam os envolvimentos nos conflitos inerentes às diversidades da vida, a estrutura de unidade em liberdade eterna é naturalmente mantida e a vida não se perde dela própria”.

A definição de Ioga resumida na estrofe do Bahgavad Gita e o comentário e desenvolvimento da responsabilidade de Maharishi Mahesh Yogi, fornecem-nos a chave para a utilização do pleno potencial da mente humana – 100% do valor relativo e 100% do valor absoluto. Como dois lados da mesma moeda, estes dois valores da experiência podem e devem estar presentes na mente consciente. Tal como a raiz de uma árvore, escondida na terra, a sustenta e constitui a base estável dessa árvore, também o valor absoluto sustenta e é a base estável de todos os aspectos relativos (visíveis) da vida. Viver a vida apenas com a consciência do nível relativo da actividade é viver uma vida em ignorância da totalidade. É viver com uma consciência mais ou menos desenvolvida dos aspectos visíveis e observáveis, mas sem a consciência do aspecto invisível e inobservável – o Ser. A experiência do Ser é a experiência do que observa. Ioga é a experiência estabilizada e unificada do Ser que observa e dos objectos da experiência do campo relativo da vida. Ioga é um estado de vida integrado, em que ambos os aspectos da consciência, relativo e absoluto, estão presentes, por oposição ao estado limitado de ignorância, em que apenas está presente a consciência de aspectos parciais, ou ilusórios, da realidade. Devido a problemas de educação, o campo do Ser tem estado afastado da experiência individual, originando mentes limitadas e incapazes de abarcar a essência da realidade. Este facto está na origem da frustração e infelicidade que singram no seio dos povos da Terra. Na origem da ignorância, da ganância, da arrogância, da prepotência, mas também do medo, da miséria humana, da indignidade.

Os problemas sociais têm origem na ignorância individual. Pode dizer-se que o estado do mundo é que cegos são governados por cegos. O sistema de educação, na generalidade das nações, promove o conhecimento proporcionado pela experiência dos sentidos e ignora o conhecimento proporcionado pela experiência do Ser puro e transcendental. O conhecimento de apenas um lado da moeda está na origem do desentendimento entre povos, da desconfiança generalizada e do medo que são responsáveis por guerras sempre novas, terrorismo e todas as chagas sociais.

Este desconhecimento acontece, como disse, devido a uma deficiente educação; como afirma aqui Maharishi, por ter sido considerado difícil conduzir a mente até ao Ser e permanecer estabelecido no estado de Ioga. Devido à deficiência de interpretação, a experiência do Ser foi considerada muito difícil de conseguir. Considerou-se, assim, que só alguns, muito poucos, o poderiam conseguir, usando para isso a reclusão ou ascetismo e afastando-se do resto da sociedade.

A tradição de mestres védicos do conhecimento, plenamente incorporada na vida de Sri Guru Dev, Swami Brahmananda Saraswati, Jagadguru, Bhagwan Shankaracharia de Jyotir Math, nos Himalayas, e iluminadamente transmitida ao mundo por Maharishi Mahesh Yogi, surge-nos, neste novo milénio, na fórmula da Meditação Transcendental e do Programa de MT-Sidhis, como a chave para a desmistificação de que o conhecimento da totalidade da realidade suprema é apenas para alguns eleitos, retirados em mosteiros, mesquitas, sinagogas, pagodes, ou grutas nos Himalayas.

Este conhecimento surge, na sua própria dignidade, como a real oportunidade de democratização da verdadeira educação, a educação plena do indivíduo, em que o conhecimento dos objectos dos sentidos é obtido à luz da experiência do sujeito do conhecimento, do conhecedor, o Ser eterno e omnipresente. A experiência do Ser na mente individual é fácil e simples e pode ser obtida por qualquer pessoa, independentemente do seu nível de poder, riqueza ou conhecimento intelectual. Esta é a oportunidade da nossa era. Este conhecimento do conhecedor, o védico samitha de Rishi, Devata e Chandas, a unidade de conhecimento que constitui o conhecimento do conhecedor, o conhecimento do conhecido e o conhecimento do processo que liga o conhecedor ao conhecido, é o libertador por excelência de todas as competências que conduzem à acção correcta espontânea.

É a ausência do conhecimento do conhecedor que é responsável pelas acções erradas. A nossa história provou já à saciedade que não são as injunções de carácter moral nem os códigos éticos e comportamentais das várias religiões, nomeadamente a judaico-cristã, que conseguem garantir essa acção correcta. Apesar de terem muitas vezes o seu comportamento balizado e limitado (tanto a nível consciente como inconsciente) por tais códigos, a verdade é que, ao longo de milénios, as nossas sociedades têm permanecido na senda do comportamento individual e social errado. Apesar das advertências para fazer o bem, o homem continua a deixar-se dominar pelo mal. Não parece haver lei nem código que resista a esta tendência para o mal que se manifesta a todos os níveis da sociedade. Com isto não quero dizer que os códigos e leis sejam, em si, maus. Não. O que falta é a educação total do indivíduo, única forma de levá-lo a agir correctamente, quer a nível individual, quer a nível social, ecológico, etc. Só a experiência do Ser puro, transcendental, omnipotente e omnipresente, ao nível da consciência individual, e a sua estabilização em todos os outros estados de consciência, vigília, sono e sonho, pode garantir o sucesso na acção. E esse sucesso surge de forma espontânea com a prática regularda Meditação Transcendental, facilmente e sem esforço.

Thursday, May 13, 2010

Líderes políticos apoiam a Meditação Transcendental

O mundo anglo-saxónico, que (para o bem e para o mal ) inclui os países mais determinantes na condução dos destinos do nosso mundo (Reino Unido e Estados Unidos), vê emergirem novos protagonistas políticos com uma característica: são praticantes e/ou apoiantes da Meditação Transcendental.

Tanto Nick Clegg (novo Vice-Primeiro Ministro de Inglaterra) como William Hague (ex Tory Líder e novo Ministro dos Negócios Estrangeiros de Sua Majestade) deram recentemente entrevistas em que confirmam a sua prática da técnica de Meditação Transcendental.

Já durante a sua campanha para Presidente dos EUA, Barack Obama, posava junto ao Mayor de Fairfield, Iowa, e grande entusiasta da técnica, ostentando uma gravata com o desenho da bandeira do País Global da Paz Mundial, organização criada por Maharishi Mahesh Yogi, o fundador da Meditação Transcendental.

Todas as condições estão agora criadas para que rapidamente se consigam atingir os números de 1% de praticantes da técnica de MT, ou a raiz-quadrada de 1% de praticantes em grupo das suas técnicas avançadas, cientificamente calculados para que o efeito de coerência (Efeito Maharishi) gerado nos faça entrar numa nova fase no mundo, transitando rapidamente para aquilo a que os Vedas designam como Sat Yuga, ou Era da Iluminação, prevista e inaugurada por Maharishi Mahesh Yogi em 1975.

A Meditação Transcendental é uma técnica de meditação introduzida no ocidente pelo sábio hindu Maharishi Mahesh Yogi, após ter, ele próprio, recebido o conhecimento do seu mestre, Swami Brahmananda Sarasvati, o Shankaracharya dos Himalaias, Índia. Pratica-se durante 20 minutos, de manhã e à tarde no conforto das nossas casas. A sua característica fundamental é ser fácil de aprender e fácil de praticar, proporcionando o acesso, duas vezes ao dia, ao nível silencioso da consciência, Consciência Transcendental ou Ser, que é a fonte de todo o pensar e de toda a acção.

Os seus benefícios em vários campos da vida são documentados em mais de 600 estudos científicos levados a cabo nas principais universidades, estando publicados nas principais revistas científicas mais de 300 destes estudos revistos inter-pares.
As investigações mais recentes comprovam os seus efeitos positivos na redução da tensão arterial alta, da diabetes, da ansiedade e da depressão, e no síndrome de hiperactividade das crianças, bem como o desenvolvimento da inteligência e o estímulo da actividade mental, melhorando as ligações e a informação entre as várias partes do cérebro.

Grandes vultos mundiais das artes e da cultura, como o ex-Beatle Paul McCartney, o realizador de culto David Lynch, o músico Moby, o filantropo e líder da cultura hip-hop Russell Simmons, o comediante Jerry Seinfeld, o líder da banda Pearl Jam, Eddie Vedder, a cantora Sheryl Crow, o físico quântico John Hagelin, etc., têm-se destacado na divulgação da MT, especialmente nos EUA, onde participaram, no Radio City Hall de Nova Iorque, em Abril de 2008, num concerto para recolha de fundos para a - David Lynch Foundation for Consciousness-Based Education and World Peace, cujo objectivo é ensinar a MT a 1 milhão de crianças em risco. Muitas outras personalidades mundiais são praticantes assumidos da MT. Como o caso de Clint Eastwood que recentemente, numa entrevista, afirmou praticar a Meditação Transcendental há quase 40 anos.

A Meditação Transcendental está recentemente a ser introduzida num programa designado por "tempo de silêncio" nas escolas públicas e privadas de muitos países, como forma comprovada de eliminar o stress em meio escolar e criar as condições para a melhoria de rendimento escolar dos alunos, bem como melhorar significativamente o ambiente nas escolas, tanto entre alunos como entre professores e pessoal assistente. Também em Portugal se estão a dar os primeiros passos neste domínio.

Recentemente, têm sido reactivadas actividades que usam a MT como instrumento para a reabilitação e reinserção social de presos em várias prisões de alta segurança nos EUA e outros países. Está a ser desenvolvida investigação nesta área que comprova a eficácia desta meditação.


A partir de agora está facilitada a disseminação da MT, uma vez que será mais fácil desmentir algumas ideias que ligam a MT a misticismo ou religião. De facto, a Meditação Transcendental não é religião nem as pessoas precisam de abdicar da sua própria religião e convicções filosóficas ou práticas culturais. Antes pelo contrário, muitos sacerdotes das principais religiões, praticam-na regularmente como forma de aprofundarem as experiências espirituais no âmbito da sua fé. Do mesmo modo, praticam a MT agnósticos e ateus, obtendo exactamente os mesmos efeitos benéficos desta forma de meditação.


Friday, May 07, 2010

Rosas cor-de-rosa junto à piscina


As rosas, tinha-as visto por ali, plantadas num canteiro que bordejava a piscina. A sua característica principal era serem cor-de-rosa límpido, especialmente quando o sol, conseguindo fazer chegar os seus raios por entre a abundante vegetação de palmeiras, ameixeiras bravas, aloé-veras e outras árvores e arbustos que se agarravam aos socalcos que desciam até ao terraço da piscina, se plasmava nas pétalas, dando-lhes aquela cor tão fresca e sedutora. Sim, já tinha reparado nelas e já lhes tinha prestado parte, pelo menos, da homenagem que mereciam, de tão lindas, tão simples…

Mas naquele dia, havia já alguns minutos (horas?) que toda a vida à minha volta se me apresentara de outro modo, nova. Após um período matinal de meditação, sentia-me como se não tivesse saído dela. Enquanto meditava, a mente fluiu livremente em direcção a cada vez menos de si mesma e a cada vez mais de silêncio e luz interior. Luz de consciência, de vida vívida, de prazer sem limite, e silêncio de pura calma, de relaxamento saboroso e energia total disponível em simultâneo. Experiência marcante.

Ao sair da meditação, ali estava o mundo, aquele pequeno mundo da casa da Rua da Arriaga, de terraços a dar para o jardim que descia como que para o Tejo. As paredes da casa, rosa velho, as escadarias do rés-do-chão ao piso inferior, o terraço aí, em calçada portuguesa, continuando a descer, o relvado verde bem aparado, ao lado direito, o lago com peixes, e, descendo mais, a zona densa de vegetação a refrescar o jardim, a grande árvore ao centro… acedia-se ao terraço da piscina onde, em apontamento, estava um canteiro de rosas. Mas, tudo isto era agora uma nova visão. Realmente, ver é acreditar, como diz o mestre.

O sol iluminava todo o jardim. Seriam cerca das onze da manhã. Havia vários perfumes que, à vez, me estimulavam as narinas inebriadas. Inspirei profundamente antes de descer os vários lances de escadas e, ainda os pulmões se não tinham esvaziado, a comoção profunda assaltou-me o corpo, que se arrepiou, e as lágrimas soltaram-se dos olhos em abundância. Uma palavra enchia-me a mente: felicidade! “É incrível! Eu estou realmente a viver isto!”, pensei, enquanto ensaiava alguns passos, na intenção de me dirigir para baixo, onde estavam os outros. As lágrimas continuaram a correr-me pela face à medida que andava. Não andava. Deslizava, sem peso nem atrito, pura inércia gerada na vontade simples.

Os verdes eram cheios de vida e cada gota de água que ainda restava nas folhas da rega da manhã falava comigo como uma bola de cristal, íntima, como família. Abelhas entregavam-me todo o seu amarelo nítido enquanto pairavam em roda dos seus néctares. Esses que também eu absorvia como aromas do paraíso. Pássaros. Dois melros roliços brincavam comigo falando-me desde os seus bicos doirados. Cada passo novo um novo mundo. Uma leve brisa entregava-me algumas flores que esvoaçavam a dar-me as boas-vindas. Eu era aquilo! Tudo aquilo era eu e vibrava dentro de mim, gritando uma unidade grande! Tão grande!

Ao descer os últimos degraus, as rosas. O canteiro teria uns 3 a 4 metros de largura. De um lado ao outro, emergiam caules verdes com nódulos e espinhos, alguns acastanhados. No topo, aqueles cálices delicados, botões semi-desabrochados, cor-de-rosa, iluminados. Debruçado sobre eles, bebi-lhes o cheiro e a cor até estar saciado do perfume e da imagem tão forte e, simultaneamente, tão subtil daqueles seres celestiais ali plantados para iluminar toda a minha vida naquele momento. No terraço da piscina plasmava-se o sol claro do céu azul de Lisboa, convidando a um mergulho.

E os colegas conversaram comigo, vindo-me de dentro, na evidência de serem eu, falando-me em ioguis que nadam, na posição de lotus, como peixes no Ganga sagrado. O Carlos T mostrou-me como era.

Tuesday, March 02, 2010

Criação da Paz Mundial Permanente

O que fazer? Como, então, criar a paz?

Pergunto-me se alguém que está em guerra consigo mesmo pode ser um contributo válido para a paz mundial.

Já aos 18 anos fazia esta pergunta a mim mesmo, embora no período revolucionário me tivesse deixado arrastar para o jogo político das organizações que existiam (e existem ainda) cuja especialidade era terem receitas mais ou menos racionais, mas superficiais, para a criação de uma sociedade melhor, mais igualitária, mais feliz. Fi-lo sempre contrariado, mas porque não encontrava alternativas a este paradigma.

Falavam-me então, em ioguis que tinham capacidades anormais (sidhis), ou paranormais, ou super normais, etc. Todo esse mundo dos ioguis me fascinouu desde muito cedo. Mas havia a questão sacramental... "se eles têm assim tanto poder, porque não contribuem de forma eficaz para a criação de um mundo melhor, de maior realização pessoal e social?" "São egoistas", pensava eu! Remetem-se ao isolamento sem se preocuparem com o estado do mundo.

Eis senão quando dou de caras com um desses ioguis, um iogui verdadeiro, daqueles que se iluminam nas montanhas dos Himalaias, que vivem em paz, no contacto directo com os deuses. Mas este iogui era diferente de outros que conhecera, também grandes homens despojados, empenhados no bem. Este trazia a solução que eu procurava. O seu projecto era, através da disseminação global de uma técnica de meditação muito simples, mas muito eficaz, criar Paz no indivíduo, como única forma possível de criar Paz no mundo.

Como criar uma floresta verde, se as suas árvores não forem verdes?

O seu anúncio, em 1975 (estávamos em Portugal em pleno PREC), da inauguração do amanhecer de uma nova Era, a Era da Iluminação, para todo o planeta, e a descoberta posterior do meu Ser interior a través da Meditação Transcendental, do crescimento de cada vez mais paz dentro de mim, comigo mesmo, fez-me render totalmente a este projecto de dimensões difíceis de imaginar. Afinal sempre surgira um iogui com poderes tais, que, sozinho, sem posses, sem ambições que não fossem trazer a sua própria paz aos outros, aos outros de todo o mundo ("trago-vos a minha paz, dou-vos a minha paz", lembram-se?) estava a criar um mundo novo.

E aqui estamos hoje, com a influência da nova Era a alastrar-se de forma cada vez mais visível, mais main stream (na altura tudo isto era visto pelo comum das pessoas como algo muito esotérico, ameaçador, estranho). Não há outra solução. "O futuro é brilhante", disse Maharishi dias antes de nos deixar. A onda avassaladora de paz e iluminação, de invencibilidade para todas as nações, está em marcha irreversível e já ninguém a pode parar! Que bom!

Friday, January 01, 2010

A vida é bem-aventurança

Acabo de vir de umas compras de supermercado. Muita gente numa azáfama alegre fazendo os últimos aprovisionamentos do ano, enchendo carrinhos com bebidas várias para comemorar o Ano Novo. Vinho para a derradeira refeição (os mais pobres levavam vinho corrente, os mais remediados aventuravam-se em vinhos de nomeada, reservas, etc.), espumantes para comemorar a passagem (um homem careca alto apregoava a sua necessidade premente de um Murganheira Doce - eu prefiro o Bruto...), os "Mon Chéri" de que tanto gosto estavam no fim, mas ainda consegui uma caixa pequena. Muitos legumes, couves Penca (como lhe chamam lá no Norte, na minha terra, ou na dos meus familiares).

A azáfama das compras parece ter voltado, ainda que, possivelmente, por momentos. A crise era muito má, o pessoal ficou com medo e jogou à defesa, poupou, não comprou. A sensação parece ser a de que agora as coisas já não parecem tão mal como se faziam anteceder. O mundo não ruiu. Ainda estamos vivos, portanto, há que comprar, desfrutar, comemorar a vida que passa e que fica.

Estava tudo, muita gente, com as faces iluminadas. Sentia-se esperança e alegria no ar. Logo, a festança será de arrasar!

É bom observar esta alegria! O meu povo a sentir-se bem. Ricos e pobres (não é que eu aceite que tenha que haver pobres, antes pelo contrário). Até o rapaz cuja morada de todos os dias fica à porta do supermercado, um moço novo, inteligente, com algumas letras... mas totalmente virado do avesso pelo vício da droga, até ele, que ultimamente tenho visto a chorar àquela porta, estava de sorriso desfraldado, oferecendo-se jovialmente para levar carrinhos de compras aos porta-bagagens dos carros.

Meti-me na bicha longa, esperei enquanto gozava de toda aquela alegria no ar, paguei as minhas parcas compras de última hora (coisas para levar para a festinha em casa do irmão António) e saí para a chuva pesada que caía fora. Andei debaixo dela e do guarda-chuva até casa... parecia que voava (não, voava mesmo!) enquanto as palavras do Mestre me ecoavam sinfonicamente por dentro: "a vida é bem-aventurança"! Nunca é tarde para o descobrir. Bom Ano a Todos! 31 de Dezembro de 2009, 17h30.

The importance of the gap

There lived, I know not when, never perhaps -But the fact is he lived - an unknown king Whose kingdom was the strange Kingdom of Gaps. He was lord of what is twist thing and thing, Of interbeings, of that part of usThat lies between our waking and our sleep, Between our silence and our speech, between Us and the consciousness of us; and thus A strange mute kingdom did that weird king keep Sequestered from our thought of time and scene. Those supreme purposes that never reach The deed - between them and the deed undone He rules, uncrowned. He is the mystery which Is between eyes and sight, nor blind nor seeing. Himself is never ended nor begun, Above his own void presence empty shelf All He is but a chasm in his own being,The lidless box holding not-being's no-pelf. All think that he is God, except himself. Fernando Pessoa. ou... The importance of the gap!

Nirukt
The gap of the veda (that veda is)
Forward (Viakara) process of knowledge; and backward process of knowledge (Nirukta). São duas expressões. Marcha para a frente e marcha para trás.
Creation is from Atharva.
A memória é a parte mais importante.
Não esquecer a fonte, que é o objectivo de toda a marcha para a frente.
Yagya (Ya: perform Gya: conhecimento)
sama ved, yajur ved, atharva ved, rig ved

aknim

yoga is just sahmita, veda!

atharva ved knowledge

Excertos de MMY em vídeo