O que fazer? Como, então, criar a paz?
Pergunto-me se alguém que está em guerra consigo mesmo pode ser um contributo válido para a paz mundial.
Já aos 18 anos fazia esta pergunta a mim mesmo, embora no período revolucionário me tivesse deixado arrastar para o jogo político das organizações que existiam (e existem ainda) cuja especialidade era terem receitas mais ou menos racionais, mas superficiais, para a criação de uma sociedade melhor, mais igualitária, mais feliz. Fi-lo sempre contrariado, mas porque não encontrava alternativas a este paradigma.
Falavam-me então, em ioguis que tinham capacidades anormais (sidhis), ou paranormais, ou super normais, etc. Todo esse mundo dos ioguis me fascinouu desde muito cedo. Mas havia a questão sacramental... "se eles têm assim tanto poder, porque não contribuem de forma eficaz para a criação de um mundo melhor, de maior realização pessoal e social?" "São egoistas", pensava eu! Remetem-se ao isolamento sem se preocuparem com o estado do mundo.
Eis senão quando dou de caras com um desses ioguis, um iogui verdadeiro, daqueles que se iluminam nas montanhas dos Himalaias, que vivem em paz, no contacto directo com os deuses. Mas este iogui era diferente de outros que conhecera, também grandes homens despojados, empenhados no bem. Este trazia a solução que eu procurava. O seu projecto era, através da disseminação global de uma técnica de meditação muito simples, mas muito eficaz, criar Paz no indivíduo, como única forma possível de criar Paz no mundo.
Como criar uma floresta verde, se as suas árvores não forem verdes?
O seu anúncio, em 1975 (estávamos em Portugal em pleno PREC), da inauguração do amanhecer de uma nova Era, a Era da Iluminação, para todo o planeta, e a descoberta posterior do meu Ser interior a través da Meditação Transcendental, do crescimento de cada vez mais paz dentro de mim, comigo mesmo, fez-me render totalmente a este projecto de dimensões difíceis de imaginar. Afinal sempre surgira um iogui com poderes tais, que, sozinho, sem posses, sem ambições que não fossem trazer a sua própria paz aos outros, aos outros de todo o mundo ("trago-vos a minha paz, dou-vos a minha paz", lembram-se?) estava a criar um mundo novo.
E aqui estamos hoje, com a influência da nova Era a alastrar-se de forma cada vez mais visível, mais main stream (na altura tudo isto era visto pelo comum das pessoas como algo muito esotérico, ameaçador, estranho). Não há outra solução. "O futuro é brilhante", disse Maharishi dias antes de nos deixar. A onda avassaladora de paz e iluminação, de invencibilidade para todas as nações, está em marcha irreversível e já ninguém a pode parar! Que bom!
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