Thursday, June 28, 2007

Tao-te Ching

Tao-te Ching

de Lao Tzu:

Expressões da Consciência

Havia, nos tempos da antiga China um grande sábio, um sábio iluminado, chamado Lao Tzu, que escreveu um livro chamado Tao-te Ching. É um clássico da literatura mundial sobre a iluminação . A estória conta que a razão pela qual Lao Tzu escreveu este texto se deve ao facto de ele querer ir para a Índia e quando tentou deixar a cidade onde vivia (as cidades dessa altura tinham muralhas, portões) os guardas do portão lhe terem dito que não podia sair a não ser que deixasse escrito todos os seus ensinamentos, toda a sua sabedoria sobre a vida e a deixasse com eles para que ficasse lá para sempre. Portanto, foi quando tentava ir para a Índia que este grande texto foi escrito. Algumas das expressões do Tao-te Ching são tão só as mesmas expressões do conhecimento Védico da Índia, exactamente as mesmas. Lao Tzu descreve o Tao como infinito e eterno, presente para todos os seres. Eis a definição do Tao: "solitário, imutável, infinito, eternamente presente; é a mãe do Universo – na falta de um nome melhor, eu chamo-lhe Tao". E continua: "o Tao é como um poço, cheio de possibilidades infinitas, é vazio como o espaço e, no entanto, inesgotável. Dele nascem mundos infinitos. Todos os seres do Universo são uma expressão do Tao".

Quando Maharishi ouviu esta definição que Lao Tzu dá da realidade, gostou em particular da expressão “na falta de um nome melhor, eu chamo-lhe Tao” - é uma expressão que mostra a experiência dessa realidade por parte de Lao Tzu, que é totalmente abrangedora, que inclui tudo, portanto está para além de qualquer nome, mas, dada a falta de um nome melhor, ele chama-lhe de Tao. Não foi só Lao Tzu na China antiga que exprimiu estes mesmos princípios que são desenvolvidos no Veda e na literatura Védica – também Confúcio, discípulo de Lao Tzu, descreve a mesma realidade, o “Um absoluto”. Confúncio diz: “portanto, a verdade absoluta é indestrutível, sendo indestrutível, é eterna, sendo eterna, é auto-existente, sendo auto-existente, é infinita, sendo infinita, é vasta e profunda, sendo vasta e profunda, é transcendental e inteligente; é por ser vasta e profunda que contém toda a existência.

Portanto, aqui temos os sábios da China descrevendo apenas a realidade de Atma, do Ser, e de Brahm, globalidade, totalidade, na qual tudo existe. A realidade do “Um absoluto”. O que isto nos invoca de novo é que, na verdade, os ensinamentos de todos os grandes sábios do mundo são literalmente idênticos. Podem ser expressos em línguas diferentes, o chinês, o aramaico ou o grego ou qualquer outra língua do mundo, mas eles são um e o mesmo no seu significado. Podem ser expressos de forma ligeiramente diferente, de acordo com a natureza do tempo ou com o quanto as pessoas são capazes de perceber e apreciar num dado tempo e local. Mas o ensinamento é apenas um em qualquer parte do mundo. Todos os grandes sábios, qualquer que tenha sido o seu ensinamento, se referem ao ponto essencial que é: “tem a experiência, adquire o nível do teu aspecto transcendental do Ser, o nível não manifestado da tua própria consciência – experimenta isso – essa é a mensagem fundamental de todos os sábios e profetas da raça humana. Lao Tzu, a este propósito, menciona o seguinte: “O mestre mantém a sua mente sempre em unidade com o Tao, e isso é o que o faz irradiar”. Também diz: “a pessoa superior aquieta a sua mente como o universo aquieta as estrelas no céu. Ao ligar a mente à sua origem subtil, ele acalma. Ao acalmar, ele expande-se naturalmente e, finalmente, a sua mente torna-se tão vasta e imensurável como o céu noturno.”
Portanto, para todos aqueles que praticam a Meditação Transcendental, estas palavras são bastante familiares. A mente acalmando-se na fonte do pensamento, até à sua origem , onde é infinitamente calma, perfeitamente silenciosa, e então, expandindo-se até à infinidade. Maharishi tem vindo a enfatizar a educação que não se baseia apenas em conhecimento intelectual e na aprendizagem de milhares de leis da natureza, uma por uma e memorizá-las e usá-las, mas a educação que dá ao estudante a experiência do Ser, de modo a que ele esteja desperto nessa realidade, naquele “Um absoluto”, que é a base de todas as leis da natureza e, portanto, do universo inteiro, e que ao funcionar a partir daí, dá aos estudantes a capacidade de viver uma vida que está sempre de acordo com a direcção evolutiva, tornando-os capazes de realizar qualquer coisa. Lao Tzu diz: “Sem ir para fora podes conhecer o mundo inteiro. Sem olhar pela janela, podes ver os caminhos do céu. Quanto mais longe fores, menos conheces. Assim o sábio, sabe sem viajar, vê sem olhar, trabalha sem fazer.

Dr. Beven Morris

Maharishi University of Management


No comments: